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terça-feira, 19 de agosto de 2008

A Salamanca do Jarau: A lenda da Teiniaguá

*também de João Simões Lopes Neto
Conta a lenda que vivia em uma pequena cidade de São Tomé, no Rio grande do Sul, um humilde sacristão que servia aos santos padres na igreja local. Seu lazer resumia-se à contemplar o movimento das águas de um rio próximo à capela. Num desses momentos de descanso, o sacristão notou algo diferente acontecendo nas águas do rio. A água parecia ferver. Primeiro curioso, depois apreensivo, ele viu um clarão muito fraco dentro da água, como se uma lanterna se acendesse no fundo do rio. Este clarão começou a subir e o sacristão recuou assustado. O homem quase perdeu os sentidos quando a luz atingiu a terra transformando-se num Teiniaguá, um lagarto encantado com uma pedra preciosa, de brilho ofuscante na cabeça. Passado o susto, o sacristão aproximou-se e capturou-o com cuidado, enquanto se lembrava das velhas lendas contadas. Elas diziam que o homem que aprisionasse o lagarto, seria levado até a Salamanca do Jarau, uma espécia de furna escondida no cerro de mesmo nome, abarrotada de tesouros.

Cuidadosamente, ele escondeu o Teiniaguá na casa dos santos padres e já sonhando com os tesouros que encontraria. E qual não foi seu susto, quando um clarão, seguido de uma explosão abafada fez com que o lagarto feio e enrugado se transformasse numa linda mulher. Pobre sacristão. Calado pelo espanto, em seu pobre e despojado quarto, recebeu como num sonho aquela linda princesa, como nunca vira mulher de mesma formosura: Corpo bem feito; pele de tez bem amorenada de sol; olhos profundos, negros e brilhantes; cabelos encaracolados e negros. Uma verdadeira deusa da beleza.

Ele a ouviu falar, e que voz maravilhosa ela tinha! Seu coração disparou...

A moça contou-lhe sua sina, dizia-se que era uma princesa moura, que foi encantada pelo demônio, tendo como castigo permanecer sobre a forma de lagarto, guardando os tesouros encantados da Salamanca do Jarau. Agradecida por ter sido recebida com ternura pelo sacristão, ela garantiu-lhe que ficaria ali e que seria sua para sempre. Usando de magia, tranformou a cama simplória em bela alcova de lençóis limpos e macios. Com os olhos estupefatos, o homem viu depois, seu quarto se transformar em belo castelo. Encantado pelo luxo e pela beleza daquela mulher, o sacristão sucumbiu e entregou-se aos prazeres da carne. Mas ao amanhecer, a mulher e todo o luxo desaparecia, deixando o homem extenuado, com a face cavada de olheiras até a noite, quando tudo aparecia novamente.

Assim, trabalhando de dia e amando à noite, ele passou a comportar-se como quem tem a cabeça nas nuvens. Na Missa, passou a trocar os améns e o remorso corroía-lhe a alma quando o padre absolvia o povo dos pecados que, comparados aos seus, nem pecado eram...

Uma noite, a mulher quis provar do vinho santo dos padres e o sacristão, embriagado de paixão, fez-lhe a vontade. Naquela noite, o sagrado altar não ouviu as preces do fiéis mas os sussurros dos amantes imprudentes e dormiram ali mesmo, como em um ninho de amor.

Dia claro, primeiro o sacristão ouviu uns murmúrios, depois abriu os olhos com dificuldade, sem saber onde estava. Rodeado pelos padres, cabelo em desalinho, roupa amassada, ele despertou. Despertou envergonhado e aterrorizado. Uma vasilha de mel do Teiniaguá sobre o altar e o cálice do vinho santo, jazia entornado sobre o oratório. No ar, um inconfundível cheiro de perfume de mulher. Bombardeado de perguntas sobre o mal feito, o sacristão não falou. Embora ameaçado pelos castigos que poderiam levá-lo à morte, ainda assim manteve-se em silêncio. Seu pavor maior era não ter mais a possibilidade de desfrutar das delícias oferecidas pela bela mulher.
Ele acabou escorraçado e condenado pela autoridade local. E ali, diante da multidão, derramou lágrimas de adeus à sua paixão.
De repente, uma ventania varreu a poeira e sacudiu as árvores. Um trovão fez tremer o céu no qual nuvens, carregadas e negras, abreviaram a chegada da noite e de dentro do rio, surgiu então o Teiniaguá, com o brilho da pedra preciosa na cabeça, ofuscando a todos.
Apavorado, o povo que pensava em assistir a execução, desandou a correr seguindo os padres em direção à cidade e o Teiniaguá encantado juntou-se ao seu amado, e levou-o para os lados do Cerro do Jarau, onde, unidos pela paixão, os dois amantes passaram a viver, guardando até hoje as riquezas ocultas na Salamanca do Jarau.

2 comentários:

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