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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Malba Tahan: Aprende a escrever na Areia


APRENDE A ESCREVER NA AREIA

Dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas extensas estradas que circulam as tristes e sombrias montanhas da Pérsia. Ambos se faziam acompanhar de seus ajudantes, servos e caravaneiros.

Chegaram, certa manhã, bem cedo, às margens de um grande rio, barrento e impetuoso, em cujo seio a morte espreitava os mais afoitos e temerários.

Era preciso transpor a corrente ameaçadora.

Ao saltar, porém, de uma pedra, o jovem Mussa foi infeliz. Falseando-lhe o pé, precipitou-se no torvelinho espumejante das águas em revolta.

Teria ali perecido, arrastado para o abismo, se não fosse Nagib.

Este, sem um instante de hesitação, atirou-se à correnteza e, lutando furiosamente, conseguiu trazer a salvo o companheiro de jornada.

Que fez Mussa?

Chamou, no mesmo instante, os seus mais hábeis servos e ordenou-lhes que gravassem na face mais lisa de uma grande pedra, que perto se erguia, esta legenda admirável:

“VIAJANTES! NESTE LUGAR, DURANTE UMA JORNADA, NAGIB SALVOU, HEROICAMENTE, SEU AMIGO MUSSA”.

Isto feito, prosseguiram, com suas caravanas, pelos intérminos caminhos de Allah.

Alguns meses depois, de regresso às terras, novamente se viram forçados a atravessar o mesmo rio, naquele mesmo lugar perigoso e trágico.

E, como se sentissem fatigados, resolveram repousar algumas horas à sombra acolhedora do lajedo que ostentava bem no alto a honrosa inscrição.

Sentados, pois, na areia clara, puseram-se a conversar.

Eis que, por um motivo fútil, surge, de repente, grave desavença entre os dois companheiros.

Discordaram, discutiram. Nagib, exaltado, num ímpeto de cólera, esbofeteou, brutalmente o amigo.

Que fez Mussa? Que farias tu, em seu lugar?

Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e, tomando, tranqüilo, o seu bastão, escreveu na areia clara, ao pé do negro rochedo:

“VIAJANTES! NESTE LUGAR, DURANTE UMA JORNADA, NAGIB, POR MOTIVO FÚTIL, INJURIOU, GRAVEMENTE, O SEU AMIGO MUSSA”.

Surpreendido com o estranho proceder, um dos ajudantes de Mussa observou respeitoso:

— Senhor! Da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib, mandaste gravar, para sempre, na pedra, o feito heróico. E agora, que ele acaba de ofender-vos, tão gravemente, vós vos limitais a escrever na areia incerta o ato de covardia! A primeira legenda, ó cheique, ficará para sempre. Todos os que transitarem por este sítio dela terão notícia. Esta outra, porém, riscada no tapete de areia, antes do cair da tarde terá desaparecido como um traço de espumas entre as ondas buliçosas do mar.

Respondeu Mussa:

— É que o benefício que recebi de Nagib permanecerá, para sempre, em meu coração. Mas a injúria... essa negra injúria... escrevo-a na areia, com um voto, para que, se depressa daqui se apagar e desaparecer, mais depressa, ainda, desapareça e se apague de minha lembrança!

— Assim é, meu amigo! Aprende a gravar ,na pedra, os favores que receberes, os benefícios que te fizerem, as palavras de carinho, simpatia e estímulo que ouvires.

Aprende, porém, a escrever na areia, as injúrias, as ingratidões, as perfídias e as ironias que te ferirem pela estrada agreste da vida.

Aprende a gravar, assim, na pedra; aprende a escrever, assim, na areia... e serás feliz!

Fim

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Malba Tahan - Lendas árabes


O LIVRO DO DESTINO

Certa vez — há muitos anos — quando voltava de Bagdá, onde fora vender uma grande partida de peles e tapetes, encontrei num caravançará, perto de damasco, um velho árabe de Hedjaz que me chamou, de certo modo, a atenção. Falava agitado com os mercadores e peregrinos, gesticulando e praguejando sem cessar; mascava constantemente uma mistura forte de fumo e haxixe, quando ouvia de um dos companheiros uma censura qualquer, exclamava, apertando entre as mãos o turbante esfarrapado:

— Mac Allah! Ó muçulmanos! Eu já fui poderoso! Eu já tive o destino nesta mão!

— É um pobre diabo — afirmavam alguns — Não regula bem do miolo! Allah que o proteja!

Eu, porém, confesso, sentia irresistível atração pelo desconhecido de turbante esfarrapado. Procurei aproximar-me dele discretamente, falei-lhe várias vezes com brandura e, ao fim de algumas horas, já lhe havia captado inteiramente a confiança.

Os caravaneiros me tomam por doido — ele me disse uma noite, quando cavaqueávamos a sós — Não querem acreditar que já tive nas mãos o destino da humanidade inteira. Sim, senhor: o destino do gênero humano.

Esbugalhei os olhos, assombrado.

Aquela afirmação insistente, de que havia sido senhor do Destino, era característica do seu pobre estado de demência.

O desconhecido, porém, que parecia não perceber os meus sustos e desconfianças, continuou:

— Segundo ensina o Alcorão — o livro de Allah — a vida de todos nós está escrita — Maktub! — no grande “Livro do Destino”. Cada homem tem lá a sua página, com tudo o que de bom ou de mau lhe vai acontecer. Todos os fatos que ocorrem na terra, desde o cair de uma folha seca até a morte de um Califa, estão escritos — estão fatalmente escritos — no “Livro do Destino”!

E sem esperar que o interrogasse, prosseguiu meneando a cabeça dolorosamente:

— Salvei das mãos do cheique Abu Dolak, depois de uma “razzia” terrível, que esse impiedoso beduíno fizera num acampamento da tribo dos Morebes, um velho feiticeiro que ia ser enforcado. Esse feiticeiro, em sinal de gratidão, deu-me um talismã raríssimo que possuía uma pedra negra, pequenina, em forma de coração, encontrada, anos antes, dentro do túmulo de um santo muçulmano. E essa pedra maravilhosa permitia a entrada livre na famosa gruta da Fatalidade, onde se acha — pela vontade de Allah — o Livro do Destino. Viajei longos anos até o alto das montanhas de Masirah, para além do deserto de Dahna, a fim de alcançar a gruta encantada. Um djim — gênio bondoso que estava de sentinela à porta — deixou-me entrar, avisando-me, porém, de que só poderia permanecer na gruta por espaço de poucos minutos. Era minha intenção alterar o que estava escrito na página de minha vida e fazer de mim um homem rico e feliz. Bastava acrescentar com a pena que eu já levava: — “ Será um homem feliz, estimado por todos; terá muita saúde e muito dinheiro!” Lembrei-me, porém, dos meus inimigos. Poderia, naquele momento, fazer grande mal a todos eles. Movido pelos mais torpes sentimentos de ódio e de vingança, abri a página de Ali Bem – Homed, o mercador. Li o que ia suceder, no desenrolar da vida, a esse meu rival e acrescentei embaixo, sem hesitar, num ímpeto de rancor: — “ Morrerá pobre, sofrendo os maiores tormentos!” Na página do cheique Zalfah el – Abari gravei, impetuoso, alterando-lhe a vida inteira: — “ Perderá todos os haveres; ficará cego e morrerá de fome e sede no deserto!” E assim, sem piedade, ia ferindo e atassalhando todos os meus desafetos!

— E na tua vida? — indaguei, mirando-o com surpresa — Que fizeste, ó caravaneiro, na página que o Destino dedicara à tua própria existência?

— AH! Meu amigo! — atalhou o desconhecido, contorcendo as mãos, desesperado — Nada fiz em meu favor. Preocupado em fazer o mal aos outros, esqueci-me de fazer o bem a mim mesmo. Semeei largamente o infortúnio e a dor, e não colhi a menor parcela de felicidade. Quando me lembrei de mim, quando pensei em tornar feliz a minha vida, estava terminado o meu tempo. Sem que eu esperasse, me surgiu pela frente um “efrite” — gênio feroz — que me agarrou fortemente e, depois de arrancar-me das mãos o talismã, me atirou fora da gruta. Caí entre as pedras e, com a violência do choque, perdi os sentidos. Quando recuperei a razão, me achei ferido e faminto, muito longe da gruta, junto a um oásis do deserto de Omã. Sem o talismã precioso, nunca mais pude descobrir o caminho da gruta encantada das montanhas de Masirah!

E concluiu, entre suspiros, com voz cada vez mais rouca e baixa:

— Perdi a única oportunidade que tive de ser rico, estimado e feliz!

Seria verdadeira essa estranha aventura?

Até hoje ignoro. O certo é que o triste caso, do velho árabe de Hedjaz, encerrava profundo ensinamento. Quantos homens há, no mundo, que, preocupados em levar o mal a seus semelhantes, se esquecem do bem que podem trazer a si próprios . . .


Fim

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ano novo, Blog novo!



Hoje estive pensando numa proposta nova... Quantos de nós, já sonhou coisas absurdas e engraçadas, que nos fazem rir de nós mesmos quando acordamos e saímos a contar pros amigos?
Então, pensei em criar um novo blog onde escreveria os sonhos mais hilários, que quase sempre tenho. Um espaço dedicado ao prazer de rir de tudo isso que vem à nossa mente quando dormimos. Só não valerá pesadelos, pois esse tipo de sonho não faz bem a ninguém...
Escrevem tanto sobre o significado dos sonhos, mas um espaço dedicado a contar os sonhos é raridade, não é mesmo? Por isso quero convidá-los a acessar meu novo blog...
"Sonhos Bizarros"
Desejo vê-los lá...

Ano novo, Projetos Novos


Olá, meus amigos! Finalmente com Internet, poderei voltar à ativa.
Ontem deu-se início um novo ano, um novo ciclo, uma nova década. Espero corresponder aos anseios de todos no ano de 2010, com este espaço que escrevo com muito carinho e dedicação. A todos os leitores desejo muita paz, saúde e sucesso. E o meu maior desejo pra esse ano, é que eu consiga conquistar ainda mais amigos, através deste blog! Um abraço fraterno e paz e bem!

Minha vida(fotos): Cosplay Alucard "anime Hellsing"

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Cosplayer como Saori

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Casamento da Babi

Casamento da Babi
Meus afilhados e meus padrinhos também ^^'

Nosso grande passo

Nosso grande passo
a realização de um sonho

Todos os Padrinhos reunidos

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Grandes amigos

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Passeio em Paquetá

Passeio em Paquetá
abril 2008