Tristão calou-se. Dinas olhava-o e percebera que a sua decepção não se comparava ao fardo que o amigo carregava: amor e gratidão ao tio, misturado ao sentimento de culpa por ser amante da esposa dele. Talvez, no lugar de Tristão, ele já teria enlouquecido com essa situação. Dinas desviou o assunto.
— No dia que me contaste, eu fiquei perplexo. Ainda tentei falar com ela, mas quando entrei no quarto e a vi dormindo, perdi a coragem.
— Por um lado, deve ter sido melhor assim... aquele dia estavas nervoso e talvez, instigado pelo ciúme, pudesse ter posto tudo a perder.
—É pode ser... mas mesmo assim, ainda me sinto traído. Só que, posso relevar, já que me garantiste que foi só aquela noite.
—Foi aquela vez apenas, posso afiançar-vos, tem a minha palavra.
Brangia apareceu de repente e perguntando por Isolda.
— Tristão? Dinas?! Onde está Isolda?
— Acabou de sair com as donzelas, Brangia. Estão na praia —responde Tristão.
— Nossa! Por que ela não me esperou?
— Porque eu preciso falar-te e não ouses fugir de mim, como sempre fazes! — reclama Dinas de Lindan.
Brangia olhou desesperada para Tristão em busca de socorro, mas ele ignorou e afastou-se para que ambos pudessem conversar.
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