Eros e Psique por Paula Dunguel.
Ode à Psique (poema de Byron)
Seu filho, o deus do amor, logo avança,
A linda amada, em transe, conduzindo.
Após tantos labores enfrentar,
Eis que, com a aprovação dos deuses todos,
Em sua esposa eterna há de torná-la.
E de tal himeneu, irão dois gêmeos,
Juventude e Alegria, venturosos,
Muito em breve nascer; jurou-o Jove.
Quanta lenda tão bela, outrora, nesse dia
Longínqüo em que a razão tornava à fantasia
A asa multicor e, entre areias de ouro,
O rio carregava um líquido tesouro!
Quando a Mulher sem par, beleza peregrina,
Que de sofrer e amar e lutar teve a sina,
A terra percorreu, exausta, noite e dia,
Em busca de seu Amor, que só no céu vivia!
Ó mais bela visão! Ó derradeira imagem
Da estirpe celestial, da olímpica linhagem!
Mais bela que Ártemis livre de seu véu
E que Vésper erguida entre os astros do céu!
Que, no Olimpo, pudeste reluzir e ofuscar,
Embora sem um templo, embora sem altar!”